O papel dos pulmões (Fei) na Medicina Tradicional Chinesa
Os pulmões são considerados o "órgão da
sensibilidade" na Medicina Tradicional Chinesa porque eles se abrem
diretamente para o ambiente externo e geralmente são o primeiro órgão interno
atacado por agentes patogênicos externos (organismos causadores de doenças),
como as bactérias ou vírus.
Os sintomas de desequilíbrio nos pulmões incluem tosse, asma,
fleuma, dor no peito, inchaço, perda de voz e sangramentos nasais.
As funções dos pulmões na Medicina Tradicional Chinesa
Os pulmões controlam a respiração. Essa importante função se
relaciona intimamente com a compreensão ocidental do órgão. Além de controlar a
inalação do oxigênio e exalação do dióxido de carbono, os pulmões (juntamente
com o baço) são vistos como a fonte do qi pós-natal, a real vitalidade de uma
pessoa. Os rins são considerados a fonte do qi pré-natal, a constituição.
O conceito de qi pós-natal é importante porque as pessoas com
uma constituição fraca não precisam ser confinadas em uma vida de fadiga ou
doença. Através de exercícios respiratórios como o qi gong, uma pessoa pode
melhorar sua vitalidade por meio do qi dos pulmões. Os pulmões controlam o qi
do corpo inteiro.
Como os pulmões transformam ar inalado em qi, eles têm uma influência importante nas atividades funcionais do corpo inteiro. Quando o qi do pulmão está forte, a respiração é normal e o corpo tem energia suficiente. Por outro lado, o qi do pulmão fraco, priva os outros órgãos e tecidos do corpo de energia, o que leva à falta de ar, voz fraca e fadiga geral.
Os pulmões controlam os fluídos corpóreos na parte inferior
do corpo. Os pulmões, como um órgão da parte superior do corpo, ajudam a
movimentar o qi e os fluidos corpóreos para a parte inferior do corpo. Quando
essa ação descendente dos pulmões é prejudicada e o fluxo normal do qi é
desequilibrado, sintomas como tosse e falta de ar podem ocorrer. Também, os
fluidos podem se agrupar na parte superior do corpo, resultando em edema
(severa retenção de água) e dificuldade para urinar.
Se esse conceito é difícil de ser entendido a partir de uma
perspectiva anatômico ocidental, pense nele a partir de um ponto de vista
energético. Por exemplo, quando você mergulha um canudo de bebida na água, o
canudo se enche de água. A água então flui para fora do canudo quando você o
retira da água. Porém, se você colocar um dedo sobre a extremidade do canudo
antes de erguê-lo da água, a água permanecerá no canudo até você erguer seu
dedo. Essa ação é similar ao bloqueio do movimento descendente da água que
resulta do desequilíbrio da função dos pulmões.
Os pulmões regem os pêlos do corpo e a pele. Esse princípio
se refere à função dos pulmões de dispersar umidade para a pele, manter sua
flexibilidade e elasticidade. Os pêlos do corpo e os poros também são
considerados uma parte integrante do sistema defensivo dos pulmões: eles agem
como uma fronteira entre o ambiente externo e o interior do corpo, protegendo o
corpo do ambiente externo.
O qi que flui logo abaixo da pele é chamado de wei qi e é
considerado o sistema imunológico do corpo. Quando o wei qi está forte, o corpo
é capaz de combater os agentes patogênicos externos.
Clinicamente, a relação entre os pulmões e os poros é vista
em pessoas que freqüentemente contraem resfriados: normalmente elas reclamam
que têm aversão ao vento, e que elas transpiram quando não estão sentindo
calor. Esses sintomas se devem a um desequilíbrio no controle dos poros
exercido pelo pulmão, resultando no fácil acesso ao interior do corpo por
agentes patogênicos externos.
Os pulmões se manifestam no nariz e controlam a voz. Quando o
qi do pulmão está saudável, o olfato é agudo, as passagens nasais permanecem
abertas e a voz é forte. Quando o qi do pulmão está em desarmonia, a pessoa
pode apresentar sintomas de congestão nasal, muco excessivo, olfato prejudicado
e voz fraca ou rouca. Como a maioria de nós já experimentou, um colapso na
energia do corpo inteiro normalmente acompanha esses sintomas.
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