sexta-feira, 9 de julho de 2021

O SER CONSCIENTE E O ESTAR CONSCIENTE


 

O SER CONSCIENTE E O ESTAR CONSCIENTE
 
Apesar de muitas vezes empregado com o mesmo sentido, o termo Ser consciente não significa o mesmo que Estar consciente, muito embora haja uma estreita interdependência entre ambos.
 
Na ótima definição de Ana Beatriz Barbosa Silva no livro Mentes Perigosas, “Ser consciente refere-se à nossa maneira de existir no mundo. Está relacionado à forma que conduzimos nossa vida e, especialmente, às ligações emocionais que estabelecemos com as pessoas e as coisas no nosso dia a dia”. Permito-me acrescentar que Ser consciente é também se relacionar de forma ética com toda e qualquer forma de vida que habita este Planeta, reconhecendo, respeitando, sustentando e aceitando suas necessidades e características únicas, garantindo, assim, o seu direito de existir e de se realizar enquanto espécie.
 
Ser consciente é amar, sem condições e sem reservas, toda expressão de vida!
 
Já Estar consciente é ter ciência e capacidade de raciocinar e de processar os fatos que vivenciamos bem como, nossas reações físicas e mentais. Não se trata apenas de estar alerta ou lúcido, mas, muito mais do que isto, Estar consciente significa estar atento aos próprios pensamentos e aos sentimentos e emoções que determinam nossos comportamentos e atitudes, no exato momento em que elas acontecem. Em uma frase: Estar consciente é desligar o “piloto-automático”.
 
Não há quem não saiba o quanto é difícil este Estar consciente. Na maioria das vezes reagimos automaticamente aos fatos que julgamos ameaçadores, nos defendendo ou atacando, e fazemos isto sem de fato parar e avaliar se o perigo realmente existe ou é uma mera  percepção distorcida.
 
Este tipo de atitude leva à conclusão errônea de que tudo que importa vem de fora e, portanto, somos vítimas das circunstâncias e das pessoas. Na verdade não nos passa pela cabeça que nós próprios podemos ter criado, com nosso comportamento e atitude, tais ameaças ou então, que não  percebemos com clareza, em virtude dos nossos condicionamentos, o que de fato acontece.
 
Sem Estarmos conscientes, não assumimos a nossa auto responsabilidade, não reconhecemos o que temos que mudar em nós, não nos aceitamos como somos e, portanto, não mudamos. Sem mudança, o mundo exterior continuará ameaçador, viveremos numa luta constante pela sobrevivência, concorrendo por posições e reconhecimento, competindo por espaço, lutando permanentemente uma luta inglória de vida e morte.
 
O Não Estar consciente inviabiliza o Ser consciente, e cria um círculo vicioso que retro-alimenta a confusão, o estresse, o medo, a dor e o sofrimento.

Por Ricardo Porto


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