Baço/Pâncreas
conteito da Medicina Chinesa:
Baço + Pâncreas - uma visão conjunta
O sistema Pi (Baço) tem como
função produzir a transformação e transporte dos alimentos para serem
absorvidos, por isso exerce papel importante na formação de Xue (Sangue) e de
Qi, ainda mantém o Xue dentro dos vasos sangüíneos impedindo os extravasamentos,
domina as carnes e os músculos, abre-se na boca e manifesta-se nos lábios,
responsável pelo paladar, abriga o Yi (Intenção) e sua emoção é a preocupação.
DOENÇA: PÂNCREAS
CAUSA: ABRIR-SE PARA A VIDA E AS
PESSOAS, EXTRAINDO O MELHOR DA SITUAÇÃO, ALEGRIA E DESCONTRAÇÃO EM VIVER
Depois do fígado, o pâncreas é a
glândula mais volumosa do sistema digestivo. Sua função mista produz tanto
enzimas digestivas quanto o hormônio da insulina, que é lançado para a corrente
sangüínea.
Como todas as glândulas, o pâncreas
depende das condições emocionais e psicológicas da pessoa, fatores responsáveis
por seu bom ou mau funcionamento. A disposição do indivíduo em aceitar com
doçura as coisas que ocorrem em seu meio é a condição básica para um perfeito
funcionamento do pâncreas. O ser que se desencantou com tudo à sua volta vive
hoje numa recusa em acatar atitudes e fatos, permanecendo indiferente ao que
estejam fazendo. Essa perda de vitalidade se reflete na dificuldade de
assimilação de proteínas pelo organismo.
As proteínas estão presentes em
grande quantidade nos alimentos orgânicos, carnes e vegetais. A absorção das
proteínas representa uma abertura para acatar aquilo que advém das pessoas, bem
como aproveitar o que de melhor elas nos trazem. Aquela pessoa que não digere
nem assimila satisfatoriamente as proteínas demonstra-se desconfiada das
intenções dos outros.
A carência de proteína resulta em
perda de vitalidade física, expressando a falta de motivação para agir diante
das contrariedades. Essa pessoa passa a ver a vida com acentuada desconfiança,
pessimismo e amargura, chegando a perder a própria alegria de viver, como
veremos mais adiante, na diabetes. Esse estado em que se encontra termina por
reduzir a secreção pancreática. Essa insuficiência também é decorrente das
críticas guardadas para si e nunca externadas.
Como vimos até aqui, absorver
alegremente os acontecimentos de nosso meio constitui-se em fator fundamental
para um perfeito funcionamento do pâncreas. Para que isso ocorra, o humor passa
a ser ferramenta de base para se tirar proveito de situações contrárias.
Encarar os desafios com alegria
favorece um maior fluxo de vida, suavizando complicações do dia-a-dia. Aquele
que não se permite contagiar pelo negativismo ou derrotismo dos que o cercam retira
sempre o melhor que a vida pode lhe proporcionar.
O otimismo, enfim, regula a
função metabólica do pâncreas, resultando em saúde e vitalidade física. Ao
contrário, o pessimismo é o "pivô" da redução nas funções
pancreáticas.
O pessimista, com sua visão de
derrotas, age como se a vida conspirasse contra ele. Comporta-se como se as
pessoas à sua volta quisessem apenas tirar proveito da situação para fins
próprios. Tem certeza de que nada do que possa acontecer poderá lhe servir para
a sua realização pessoal. É desconfiado, sente-se sempre lesado em qualquer
situação e freqüentemente acha-se perseguido.
Para uma clara idéia a respeito
da distinção entre o otimista e o pessimista, nada melhor que o exemplo do
bolo: alguém chega e encontra um pedaço de bolo sobre a mesa. Se for otimista,
dirá: "Que bom! Fizeram um bolo hoje e se lembraram de mim!"; se for
pessimista, não deixará por menos, dirá logo: "Deixaram só isso? Só porque
eu saí e cheguei mais tarde, fizeram bolo e já comeram quase tudo".
Quase todos os distúrbios do
pâncreas são difíceis de ser diagnosticados. A razão disso se deve à sua
posição bastante oculta, aos quadros tão variáveis e a uma evolução silenciosa.
Assim, as pessoas que persistem em atitudes
comprometedoras que correspondem aos padrões metafísicos das disfunções
pancreáticas enganam-se achando que têm suas razões para serem ou agirem
daquela maneira.
Essa percepção errônea vem do
fato de que aquilo que sentem acaba acontecendo. No entanto, visto que criamos
tudo aquilo em que acreditamos, elas se sentem meras vítimas de suas próprias
crenças.
A mente, associando acontecimentos
atuais com situações dolorosas do passado, provoca grande desconforto no
presente. Essa associação pode ser consciente ou inconsciente. A partir do
momento em que se passa a entender o real significado do humor e do otimismo, o
indivíduo é levado a abandonar os conceitos do passado, que nada têm a ver com
as situações do presente, e a vivenciar livremente as novas experiências de sua
vida.
Apesar de se parecerem ou
acabarem efetivamente num desfecho indesejável, essas situações apenas
compartilharam de um mesmo cenário recriado por nossa mente, com base única em
seus registros secretos. Isso acontece para que possamos absorver delas o
melhor, aprendendo a conviver com aquele tipo de experiência. Enquanto esse
aprendizado não for satisfatório, continuaremos a deparar com seguidas
situações que venham a nos recordar fatos passados, em sua maioria mal
resolvidos.
Poderemos, então, ter a chance de atuar de uma
maneira diferente da qual antes atuamos, colhendo desta vez resultados
melhores, encerrando um ciclo de experiências. Use sua capacidade de renovação
e seja novo a cada instante de sua vida. Fique com o melhor dos acontecimentos
já vivenciados, não trazendo para o presente as marcas de um passado que você
não soube aproveitar ou sobre o qual você não soube atuar. Bastando tão-somente
deixar fluir os potenciais latentes na alma, seremos novos a cada instante,
construindo finais felizes em todos os novos ciclos que se abrirem na vida.
DOENÇA: DEPRESSÃO NO PÂNCREAS
CAUSA: A DEPRESSÃO É UM QUADRO
PSICOLÓGICO QUE ACOMPANHA AS PRINCIPAIS DOENÇAS PANCREÁTICAS
Os desvios da função pancreática
têm relação direta com as síndromes depressivas. O depressivo apresenta baixa
auto-estima, apatia e desânimo quando a depressão é mais leve, revela-se
quieto, infeliz, pessimista, com sentimento de inadequação e autodepreciação.
É incapaz de tomar decisões,
preocupando-se demais com seus próprios problemas. Na depressão mais profunda,
toda experiência é acompanhada por sofrimento mental, melancolia, desânimo,
fadiga, insônia, dificuldade de decisão e concentração, chegando ao desespero
nas situações mais agudas.
O depressivo se sente rejeitado. E carente de
afeto, apesar de alguns se mostrarem frios nas relações. Essa frieza é seu
mecanismo de defesa para não se machucar ainda mais pelas relações afetivas.
A superproteção e a expectativa
vivenciada durante a infância são agravantes para a manifestação da depressão
no adulto. Em momentos que requeiram decisões, essa pessoa pode facilmente
entrar em depressão.
As crianças não estão isentas de
depressão, sobretudo quando se sentem desamparadas e rejeitadas. Nessa
condição, fazem conceitos negativos de si mesmas, considerando-se
"tolas", "medíocres", "ruins" ou
"fracassadas". Podem também sofrer de insônia, sono exagerado, dores
de cabeça, mal-estar e perda de apetite. Necessitando de estímulo e
encorajamento, podem passar por preguiçosas. As crianças deprimidas geralmente
são encontradas em famílias separadas, onde há ausência dos pais.
O problema pode ocorrer também quando
há morte de um deles, ou quando um deles retira seu interesse pela criança. Uma
vez que o estado depressivo tem relação direta com problemas no pâncreas,
vejamos as características específicas de algumas das principais doenças que
afetam esse órgão.
DOENÇA: PANCREATITE
CAUSA: RAIVA, FRUSTRAÇÃO E
AMARGURA
Pancreatite é a inflamação do
pâncreas, apresentando-se na forma aguda e crônica. No caso agudo, ela pode ser
hemorrágica, causando intensas dores abdominais e vômitos.
O indivíduo portador de
pancreatite não costuma expressar sua agressividade. Temendo enfrentar os
obstáculos que possam surgir, recusa-se a externar sua frustração por não ter
recebido da vida e dos outros aquilo que foi idealizado em seu mundo interno. Essa
força destrutiva acaba sendo usada contra si, fazendo com que ele se torne
amargo, pessimista e mal-humorado. Simultaneamente a esse estado interno, o
pâncreas apresenta uma inflamação. Possuem tendências a serem dramáticas, tudo
que acontece à sua volta é motivo para um grande dramalhão.
A raiva, juntamente com a
frustração e a amargura, é a raiz da pancreatite. Na mesma proporção em que a
pessoa nega o lado dócil da situação, ela interfere nas funções pancreáticas,
dificultando o metabolismo dos nutrientes alimentares associados à doçura.
Quem sofre de pancreatite vive um
estado de depressão profunda, sentindo-se rejeitado e mal-amado. Acredita que o
mundo conspira contra ele, tornando-se impertinente e desconfiado. A
pancreatite aguda apresenta sintomas de dor e desconforto abdominais. A
irritação da pessoa com as coisas desagradáveis chega a tal ponto que ela
termina por perder a capacidade de perceber as coisas boas ou as vantagens de
uma situação. Acaba sua habilidade em transformar o que a incomoda nos outros
ou nas situações. Torna-se insensível e amarga. Recusa-se a ver as atitudes
agradáveis dos outros e as manifestações de afeto, apenas para não se machucar
novamente nas relações interpessoais. Esse comportamento tem relação direta com
a presença de pus e a mortificação dos tecidos pancreáticos.
A pancreatite aguda pode ser
hemorrágica, geralmente levando à presença de sangue oculto nas fezes.
Interpretado pela metafísica, esse quadro revela o quanto a pessoa se perdeu,
deixando de fazer uso de um estado de espírito alegre e bem-humorado. Na
pancreatite crônica, pode-se observar a preocupação da pessoa em exagerar no
humor, satirizando negativamente uma situação. Costuma fazer uso exagerado do
álcool para escrachar suas frustrações, busca destruir aquilo que não admite na
vida. Essa atitude de descontrole mostra sua dificuldade em transformar a
doçura da situação em motivação e energia para se impor e conquistar seu espaço
na vida, sendo próspero e bem-sucedido.
Na pancreatite crônica ocorre um
aumento do tecido que reveste parte do pâncreas, causando a destruição das
ilhotas que produzem a insulina. A destruição dessas ilhotas reduz a secreção
de insulina e causa intolerância à glicose. Paralelamente a esse quadro
clínico, observa-se que a pessoa abomina tanto a sua alegria quanto a dos
outros. Aqueles que se mostram alegres estariam "rindo da situação",
e isso é motivo ainda maior para sua raiva.
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