Há pessoas que acham que o mundo
gira ao seu redor
Há pessoas que parecem não saber
que a terra gira em torno do Sol, e não em torno delas. Não entendem que a vida
não gira só ao seu redor, que seu umbigo não é o centro do mundo nem das
pessoas que o rodeiam. Por isso se autoproclamam importantíssimos, gerando com
seus comportamentos uma fortíssima rejeição social.
Como consequência, mantêm
comportamentos egocêntricos e enchem nossos ouvidos de mensagens e
comportamentos que chamam a gritos por atenção. Gritos que são tão
ensurdecedores que nos saturam e esgotam com facilidade.
Lidar com uma pessoa que tem
comportamentos egocêntricos é cansativo por muitas razões. Analisemos algumas
delas a seguir…
O egocentrismo, o excessivo culto
ao “eu”
Acreditar que você mesmo é o
centro do mundo e sentir-se mais importante que todas as outras pessoas é
desastroso para uma boa evolução de nossas relações sociais. Não gostamos que
ninguém tente impor suas opiniões, pensamentos e interesses: de fato, é fácil
saber com razão e um bom discernimento que uma pessoa que não se acha melhor
que ninguém tenta chegar a um equilíbrio e garante o bem comum.
A arrogância não se importa com o
bem-estar dos demais, não sabe que este é tão importante quanto o bem-estar
pessoal. Elas, as pessoas egocêntricas, estão certas de que são especiais, e mais,
de que sua personalidade é absolutamente encantadora.
No entanto, quando algo não segue
o caminho que o egocêntrico deseja, então ele se converte em ogro, déspota que
só quer fazer com que as coisas caminhem do seu modo, ainda que para isso tenha
que se aproveitar e manipular as pessoas em volta.
Pode ser que eles se justifiquem
dizendo a famosa frase “é que eu tenho um gênio muito forte”, uma variante do
estilo “eu não tenho defeitos, nós dois que não encaixamos”. Com certeza
lembramos de muitas pessoas que em algum momento fizeram ou fazem parte de
nossas vidas hoje com essas frases.
Eles se autopromovem e se
consideram especiais e infalíveis, superiores aos outros. Isso, sem dúvida, tem
como consequência a criação de problemas na hora de fazer amizades e mantê-las,
pois ninguém tem nenhum benefício por estar ao lado de pessoas que só conseguem
pensar em si mesmas.
A autoestima, no entanto, não tem
nada a ver com o egocentrismo: a autoestima é um sentimento saudável e
tolerante, o egocentrismo é um modo de ser vazio, irreflexivo, excessivo e
intolerante.
As pessoas egocêntricas não
gostam realmente de si mesmas, na verdade usam como escudo essa proclamação
excessiva de seu amor próprio como modo de distorcer o autoconceito negativo
que realmente escondem. Esse é o motivo pelo qual precisam se sentir tão
adulados e admirados.
Caminhava com meu pai quando ele
se deteve em uma curva e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:
-Você escuta alguma coisa além do
cantar dos pássaros?
Agucei meus ouvidos e alguns
segundos depois respondi:
-Estou ouvindo o barulho de uma
carroça.
-Esse barulho – disse meu pai – é
de uma carroça vazia.
-Como você sabe que é uma carroça
vazia se ainda não a estamos vendo? – perguntei ao meu pai.
-É muito fácil saber quando uma
carroça está vazia por causa do ruído. Quanto mais vazia a carroça, maior é o
ruído que faz – me respondeu.
Virei um adulto e até hoje quando
vejo uma pessoa falando muito, interrompendo a conversa de todo mundo, sendo
inoportuna ou violenta, presumindo as coisas para favorecer a si mesmo,
mostrando-se prepotente e falando mal das outras pessoas, tenho a impressão de
ouvir a voz do meu pai dizendo:
“Quanto mais vazia a carroça,
maior o barulho que faz”
A humildade consiste em calar
nossas virtudes e permitir aos outros que as descubram. E lembre-se de que
existem pessoas tão pobres que o único que têm é dinheiro. E ninguém está mais
vazio que aquele que está cheio de si mesmo.
Tipos de egocentrismo ou tipos de
carroças vazias
Da história da humanidade e da
cultura popular podemos extrair vários tipos de pessoas que excessivamente
exaltam a si mesmos:
Estrelas: são aquelas pessoas que
buscam admiração e contemplação de si.
Nero: são aquelas pessoas que
costumam dominar e submeter os outros, ou seja, afirmar seu poder através da
máxima “nunca confie em ninguém”.
Cinderela: são os vitimistas que
fazem de seu cotidiano um sofrimento eterno, uma arma para conseguir a atenção
dos outros.
Sozinho: basicamente faz de seu
mundo um lugar de reprovação e crítica, acreditando que ninguém, além dele
próprio, merece nada.
Além desses, há tantos tipos de
egocentrismo como pessoas que pecam sendo egocêntricas. Muitos de nós já fomos
assim em algum momento de nossas vidas, ou vamos ainda ser um dia. Antes de
tudo é essencial termos consciência e frear os comportamentos egoístas, já que
causam um enorme dano aos outros e a nós mesmos.
O importante é não dar crédito e
atenção aos comportamentos que alimentam o ego, pois se o alimentarmos só
contribuiremos para que essas pessoas sigam se considerando o centro do mundo
e, como já sabemos, o centro do universo não é um lugar que está ocupado por
ninguém.
Fonte: A Mente é maravilhosa
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