Das células cancerígenas às curas
milagrosas, das manifestações físicas às elucidações profundas, das repulsas
sociais às empatias instantâneas, tudo parte do pensamento, o grande dínamo da
realidade física como a conhecemos. A semente para uma experiência ou a própria
experiência em si tem como base a fagulha mental.
Logo, a percepção da realidade
depende do resultado de inúmeros pensamentos formulados ao longo de sua vida. E
isso define também o que se faz presente no horizonte. Aquilo que agora se cria
em sua mente tornar-se-á o universo, o seu universo, no momento que se
avizinha.
Compreender isso não é o bastante
para livrar-se ou libertar-se de suas consequências. Obviamente o entendimento
de que você não é sua mente é fundamental, porém, mais que isso, é necessário
que haja a moderação do que esta parte de seu Ser cria de maneira desenfreada e
irresponsável. Moderá-la é vital para criar um mundo mais harmonioso sob sua
percepção.
Todavia, note que moderar não é o
mesmo que controlar. O confronto por adquirir controle apenas criará novas
revoluções e alternativas para que os pensamentos corruptores continuem em seu processo
de autorrealização. Moderá-los então é compreendê-los e moldá-los de maneira a
não mais entrarem em conflito tanto com você quanto com o mundo que se
apresenta diante de seus olhos.
Quando descontrolados, são armas
capazes de destruir o próprio ambiente e você contamina o mundo ao redor, as
pessoas e tudo aquilo que se conecta direta e indiretamente a você. Quando
moldados e educados, são como flores presenteadas que elevam a própria
naturalidade divina presente em cada átomo da matéria, pessoal ou interpessoal,
dando o poder de manifestar qualquer realidade intencionada.
Você diz: “Eu não consigo moderar
todos os meus pensamentos, isso é algo impossível!” Sim, claro que é. A maioria
deles não pertence a você. Mas veja que o segredo é não querer a todos moderar,
mas tornar-se um moderador livre de qualquer moderação. O simples ato de
observar já resolve todo o problema.
A observação cria a amplitude
necessária para perceber aquilo que lhe pertence, aquilo que foi gerado por
você mesmo. E no momento em que há esse reconhecimento, automaticamente esses
pensamentos refreiam-se e permanecem passivos. E essa passividade vai até a
própria mente inconsciente, pois já não há conflito.
Em não havendo conflito entre as
mentes consciente e inconsciente, não há armas, tampouco flores, há apenas o
silêncio em si. E essa é a posição que devemos assumir em nosso processo
evolutivo. Os outros pensamentos continuarão indo e vindo, mas não haverá mais
vínculos entre você e eles.
Assim, a percepção do mundo fica
mais clara, mais transparente e mais evidente. A partir de então, mantendo-se
atento ao próprio universo mental, você poderá dar início à sua criação pessoal
de um mundo que mais agregue ao seu próprio desenvolvimento. E cada
manifestação se dará de maneira livre de qualquer negatividade.
E quando não há essa negatividade
proveniente dos pensamentos descontrolados, você está sublimando-se e
livrando-se dos efeitos de causas passadas. Não há ações nocivas, não há ações
apegadas, há apenas criação livre de desejos vagos. E isso é exercer
verdadeiramente sua divindade.
Logo, o seu papel como co-criador
é estar atento àquilo que você cria em seus planos mental e emocional. Tudo o
que se origina de seus pensamentos adquire vida própria e se mantém do mesmo
jeito até que você, quando consciente, os neutralize.
Os sentimentos de raiva, de
inveja, de orgulho, de malícia e assim por diante, continuarão ligados a você,
sendo então de sua total responsabilidade as consequências de suas
permanências. Em permanecendo, eles moldam o seu entorno e aquilo que você tem
por ego, personalidade ou pequeno eu.
Faz-se então evidente que o
processo para sublimar o pequeno eu começa com a moderação e neutralização de
todos os seus processos mentais. Tornando os negativos, e mesmo os positivos,
em neutros. Somente quando eles se neutralizam é que você começa de fato a se
tornar o mestre de sua vida. Pois a Divindade é neutra, e assim devemos nos
tornar.
Marcos Keld - Autor do Livro
Potencialidade Pura
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