Sim, não importa que você já
tenha conhecimento de que é um espírito imortal, de que é Deus, de que o mundo
é uma ilusão e tudo mais. Sempre que você dá mais força a uma projeção do que a
si mesmo, não está mais consciente.
A consciência consiste em
vivenciar de maneira profunda quem você é. Veja que usei o termo vivenciar ao
invés de autoconhecimento, pois implica a não intelectualização deste processo,
ajudando a compreender o que significa autoconhecer-se.
O conhecimento superficial,
puramente especulativo, não constitui consciência, ao contrário, é mais uma das
artimanhas da mente. E isso é importante de se perceber.
Apenas a consciência pode
libertar o homem de Maya. Aquele que chega ao término da experiência de vida
sem um nível adequado de atenção, desvanecerá em sono profundo até o próximo
renascer e uma nova experiência inconsciente, desprovido de memória e de um
conhecimento razoável sobre si mesmo. Ou seja, começará tudo de novo.
A ligação entre você e o divino
continuará nublada, havendo novamente a necessidade de reencarnação.
Você pode achar que seus
conhecimentos sobre espíritos, sobre Maya e sobre Deus são suficientes para se
libertar, mas devo lhe dizer que há um equívoco nessa premissa. Não é isso que
liberta. Isso constitui conhecimento da mente, porém de nada adiantará enquanto
não houver um estado constante de autociência. Só teoria não adianta, a prática
se faz necessária.
Somente no estado de consciência
perene é que o conhecimento será importante, do contrário será apenas uma das
muitas criações mentais que você perpetua durante sua vida, constituindo um
compêndio de emoções, mentalizações, frustrações, medos e dores. Aqui, a ilusão
de você mesmo continuará presente.
Logo, para realmente
reconectar-se ao Divino, à Criação, é necessário que você não apenas saiba quem
é, mas que coloque em prática aquilo que sabe.
Não adianta saber que é imortal
se você ainda sente raiva descontrolada, ainda dá mais atenção ao externo,
ainda se foca só em dor e desgraças, ainda acha o sofrimento romântico, ainda
alimenta o medo. Tudo isso o coloca contra o Fluxo da Criação, contra a ordem
natural da existência.
Ao saber que é Deus, você deve
fazer juz ao seu conhecimento. As limitações materiais criadas pelo seu falso
eu estão na mais densa das realidades e não condizem com aquilo que você é de
verdade. Se antes tiveram seu papel, agora é hora de transcendê-las exercendo
sua divindade como co-criador.
Quando você compreender tudo isso
de maneira profunda, estará finalmente adquirindo consciência e começando a
percorrer o caminho de volta para casa.
Marcos Keld
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