VOCÊ NÃO TEM OBRIGAÇÃO DE AGRADAR, MAS TAMBÉM NÃO PRECISA
AGREDIR!
É verdade. Ninguém
tem a obrigação de fazer nada só para agradar o outro. A gente faz porque quer.
Faz se quiser. Pelo menos devia ser assim. Se você agradar, muito bem. Se
incomodar, paciência. Acontece. Há de ser sempre assim. Uns gostam de você,
outros não. Fazer o quê?
Agora, a desobrigação de agradar quem quer que seja não dá a
ninguém o direito de sair por aí agredindo de graça. Isso é feio, mesquinho,
rasteiro. Próprio de quem confunde liberdade com libertinagem. Pura e simples
falta do que fazer.
Falar com liberdade o que vai no pensamento é uma grande
qualidade. Pessoas autênticas fazem isso muito bem. O problema é que muita
gente se orgulha de possuir esse atributo quando na verdade só o tem pela
metade: o sujeito possui uma disposição imensa para falar mas mantém uma
preguiça enorme de pensar. Fala justamente o que não raciocina. Tagarela sem
refletir. Discursa demais e pondera de menos. Repete insultos prontos. Fala sem
pensar. E isso, cá entre nós, não é autenticidade. É burrice, ato proposital de
estupidez, cretinice assumida.
Que as mulas não nos ouçam com suas orelhas enormes,
pontudas, compridas, mas elas são ótimas em zurrar a todo canto que não são
obrigadas a dizer “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”, que não devem doçura a
ninguém, que preferem ser vistas como mal educadas do que como “hipócritas”,
que isso e aquilo. Tudo sempre em um tom muito afetado, acusatório e
generalizador, como se todas as pessoas gentis do mundo fossem falsas,
enganadoras, dissimuladas e canalhas.
Aqui comigo eu tenho a impressão de que toda pessoa
inteligente deve, sim, fazer um esforço para mudar os péssimos hábitos
grosseiros que se instalaram entre nós. Lembrar-se todo dia de exercitar a
sensibilidade e a gentileza, cumprimentar os outros, pedir licença, agradecer.
Assim, como lição diária, até tudo isso se tornar espontâneo, habitual, e nos
darmos conta do quanto se pode melhorar a nossa convivência geral a partir dos
pequenos gestos de cada um. Mas tudo bem. Eu entendo que ninguém é obrigado a
nada, inclusive a trabalhar um pouquinho mais para deixar o mundo menos pior.
No entanto, o fato de não sermos obrigados a fazer
gentilezas não quer dizer que somos livres para fazer grosserias. Já que não
temos o compromisso de agradar, também não temos o direito de agredir ninguém.
Começando pela agressão de falar sem pensar. Falemos, então, o que pensamos.
Mas, por favor, pensemos de fato. Se não vamos agradar, também não precisamos
agredir.
Fonte do texto: escrito por André J. Gomes - via: https://osegredo.com.br/2016/08/voce-nao-tem-obrigacao-de-agradar-mas-tambem-nao-precisa-agredir/
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