Trazemos múltiplos clichês mentais arquivados no inconsciente
profundo, resultado de velhas recordações danosas herdadas das mais
variadas épocas, seja na atualidade, seja em outras existências no
passado distante.
Essas fontes emitem, através de mecanismos
psíquicos, energias que não nos deixam sair com facilidade do fluxo
desses eventos desagradáveis, registrados pelas retinas da alma,
mantendo-nos retidos em antigas mágoas e feridas morais entre os fardos
da culpa e da vergonha.
Por não recordarmos que o perdão a
nós mesmos e aos outros é um poderoso instrumento de cura para todos os
males, éque impedimos o passado de fluir, não dando ensejo à renovação, e
sim a enfermidades e desalentos.
Tentamos viver alienados dos
nossos ressentimentos e velhas amarguras, distraindo-nos com jogos e
diversões, ou mesmo buscando alívio no trabalho ininterrupto, mas apenas
estamos adiando a solução futura da dor, porque essas medidas são
temporárias.
É mais fácil dizer que se tem uma úlcera gástrica
do que admitir um descontentamento conjugal; é mais fácil também
consentir-se portador de uma freqüente cólica intestinal do que
aceitar-se como indivíduo colérico e inflexível.
Muitas
moléstias antes consideradas como orgânicas estão sendo reconhecidas
agora como “psicossomáticas”, porque se encontraram fatores psicológicos
expressivos em sua origem.
As insanidades físicas são quase
sempre traduzidas como somatizações das recordações doentias de ódio e
vingança, que, mantidas a longo prazo, resultam em doenças crônicas.
Dessa
forma, compreenderás que a gravidade e a duração dos teus sintomas de
prostração e abatimento orgânico são diretamente proporcionais à
persistência em manteres abertas tuas velhas chagas do passado.
As
predisposições físicas das pessoas às enfermidades nada mais são do que
as tendências morais da alma, que podem modificar as qualidades do
sangue, dando-lhe maior ou menor atividade, provocar secreções ácidas ou
hormonais mais ou menos abundantes, ou mesmo perturbar as
multiplicações celulares, comprometendo a saúde como um todo.
Portanto,
as causas das doenças somos nós sobre nós mesmos, e, para que tenhamos
equilíbrio fisiológico, é preciso cuidar de nossas atitudes íntimas,
conservando a harmonia na alma.
Indulgência se define como
sendo a facilidade que se tem para perdoar. Muitos de nós ficamos
constantemente tentando provar que sempre estivemos certos e que
tínhamos toda a razão; outros ficam repisando os erros e as faltas
alheias. Mas, se quisermos saúde e paz, libertemo-nos desses fardos
pesados, que nos impedem de voar mais alto, para as possibilidades do
perdão incondicional.
Perdoar não significa esquecer as marcas
profundas que nos deixaram, ou mesmo fechar os olhos para a maldade
alheia. Perdoar é desenvolver um sentimento profundo de compreensão, por
saber que nós e os outros ainda estamos distantes de agir
corretamente.
Por não estarmos, momentaneamente, em completo
contato com a intimidade de nossa criação divina, é que todos nós temos,
em várias ocasiões, gestos de irreflexão e ações inadequadas.
Das velhas doenças nos libertaremos quando as velhas recordações do “não-perdão” deixarem de comandar o leme de nossas vidas.
Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelo espírito de Hammed, in
Renovando atitudes
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