A COMPREENSÃO DO DIVINO
“É improdutivo buscar a compreensão do divino com
uma mente inábil, desorganizada, desconcentrada e inflexível em suas crenças. A
mente é a porta principal de entrada para o fortalecimento da ignorância e
também para o conhecimento que suporta a sabedoria divina [...]
Ao aspirar e tentar compreender a iluminação, a
mente do homem comum tende a seguir uma linha racional que busca explicações e
entendimentos externos palpáveis. Desta forma, surgirão muito mais questões que
respostas.
A manifestação da iluminação é um evento
paradoxal e transcendente, manifestando-se para além do alcance da mente comum
e linear, encontrando-se em uma dimensão acima. É intocável e misteriosa para a
vida mundana. Encontra-se em estado latente dentro do próprio inconsciente
humano, ainda não desperto. O silêncio, a devoção, a investigação humilde, o
desapego mental, a purificação, a entrega e o despojamento são bases essenciais
para um homem comum se aproximar e poder acessar o sentido da iluminação. Antes
disso, a ignorância permanece [...]
Muitos seres humanos falam sobre o ego a partir
da sua própria consciência e percepção egóica. Nunca vivenciaram a sua natureza
superior por meio da meditação. Desta forma, não conseguem discriminar
nitidamente a sua essência, pois relatam a partir das experiências, informações
e definições dos outros. Em verdade, são ignorantes que especulam sem
conhecimento de causa, ficando na própria superficialidade inerente do ego, em
retroalimentação da ilusão de suas mentes [...]
O encontro com o divino não ocorre seguindo
caminhos inflexíveis e sob crenças pré-estabelecidas. É preciso entregar-se
profundamente ao silêncio interno, distanciar-se de toda e qualquer crença
pessoal ou coletiva e buscar penetrar o vazio da existência. Devemos aquietar
nossas mentes e deixar que a própria vida superior nos conduza, mostrando-nos o
mais adequado para cada momento e ser, sem nenhuma expectativa [...]
Muitos seres humanos ainda não possuem uma
capacidade intelectual para assimilar os ensinamentos dos grandes mestres. São
incapazes sequer de compreender os ensinamentos de um único mestre, quanto mais
de reunir e sintetizar os ensinamentos gerais daqueles grandes mestres que lhes
são disponíveis. Mais ainda, não conseguem transferir da mente intelectiva para
o plano abstrato a verdadeira essência a que se destinam os ensinamentos
espirituais. É que seus tempos ainda estão por vir [...]
Ao praticar a verdadeira contemplação, o ser se
desnatura e transcende todos os conceitos pré-estabelecidos pela sua mente.
Desta forma, acaba se expandindo, conhecendo e encontrando a si próprio
interconectado num mergulho profundo na essência do todo.” (Do livro “VIA TERRA, caminhos da luz”,
Horácio Netho)
Fonte:horacionetho.blogspot
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